Essa é fácil e eu sei responder, embora a resposta seja longa.
É importante porque:
— temos, enquanto sociedade, uma visão muito distorcida da adolescência, sobre os tais hormônios que sobem à cabeça. A sexualidade é, sim, um dos aspectos importantes nas discussões sobre adolescência, mas é um aspecto temperado com outros, como vamos ver;
— cabe-nos a obrigação moral de orientar as pessoas para que busquem seu próprio caminho, sem tropeçar em pedras que nem deveriam estar ali. Essas pedras referem-se ao preconceito e à falta de informação.
— é direito de todas as pessoas o acesso ao conhecimento científico acumulado pela sociedade no decorrer dos tempos.
Ah, vá! Você está brincando!
Não, não estou!
E nas conversas sobre sexualidade e adolescência entram temas relacionados à biologia, à antropologia, à psicologia, à sociologia e outras ciências humanas e da saúde.
Por envolver sexualidade, há quem acredite que isso é “besteira”, “putaria” ou o que seja.
Outras pessoas, por vergonha, não se sentem livres para conversar sobre o assunto.
E aí vemos o tempo todo um grande sofrimento, feito de preconceito, devido à ignorância ou à simples má-fé, pois há quem tenha algum tipo de ganho (não falo de dinheiro) enquanto as coisas se mantêm como estão.
Por que será que há tantas agressões ao se abordar o tema da sexualidade com crianças e adolescentes nas escolas?
Muita coisa mudaria, mas vamos falar delas aos poucos.
O problema de não se dar a informação correta, adequada, ética, é que se dá espaço para a informação errada, preconceituosa, fora de hora e lugar, o que cria mais problemas do que resolve.
Houve uma época em que eu dava muitas palestras sobre sexualidade para adolescentes.
Uma vez, uma amiga me perguntou se eu não tinha medo de não saber responder a perguntas.
Na verdade, ela queria saber se eu não tinha medo das perguntas.
Respondi que não, pois, se eu não soubesse ou não quisesse, com certeza alguém da plateia responderia, qualquer que fosse o tema.
Porque seres humanos são curiosos, querem saber sobre si e sobre seu mundo.
E eu poderia aproveitar qualquer resposta para concordar ou discordar dela, levando a conversa adiante.
Então, vamos abordar muitos temas sobre sexualidade e adolescência.
Se não quiser fazer perguntas diretamente, pode enviá-las para ([email protected]).
Não tenha medo, não tenha vergonha.
Pergunte e tentarei responder ou buscarei quem possa.
Grande abraço.
Vera Vaccari