Gosto de olhar a paisagem, urbana ou rural. Daí minha preferência por viagens de trem, mesmo os rapidíssimos.
E, claro, sempre vou de carona. Sorte que meu marido e minhas amigas gostam de dirigir. Se não der, vou de táxi ou ônibus, mesmo.
E, assim, também não me preocupo com carros. Vejo a cor e vou entrando.
Já passei muita vergonha, de alarmes soando e eu com aquela cara de “o que está acontecendo aqui? Só estava passando…”.
Isso não melhorou nem piorou com a idade, pois não está relacionado a vista cansada ou a catarata. (Aliás, vou escrever brevemente sobre catarata. Não a do Iguaçu, que adoraria voltar a visitar, mas a minha, mesmo. Por luxo, nos dois olhos.)
A pior situação aconteceu quando, além de tentar invadir um carro, ainda ofendi a mulher.
Vim correndo, abri a porta, olhei e gritei: Que carro sujo
Na minha mente imaginei o carro, cheio de farelo de bolacha, se enchendo de baratas. Que nojo!
A motorista me olhava, assustada. Deve ter perdido a fala, coitada!
Do carro da frente, da mesma cor, mas modelo diferente, Valeriano apertava a buzina, alertando o bairro todo para minha distração.
Ele achou que isso ia me deixar mais alerta quanto aos carros.
Mas, tanto não deixou que uma outra vez…
Essa é boa!
Conto depois.
Vera Vaccari