Hoje recebi um convite para participar de um grupo de viajantes, organizado por uma agência de viagens cujo foco são pessoas de idade. Sim. Certamente estou nessa faixa. Agradeci. Vontade de viajar não falta. Mas, faltam outros ingredientes econômicos. Não me queixo. Fiz alguns quilômetros já por esse mundo afora.
Sempre falo que a grande viagem do ser humano é sempre ir à procura de si mesmo. Mês passado, com motivo da festa do Santiago, falei do Caminho a Compostela e da oportunidade que ele oferece de refletir, de se encontrar, se conhecer melhor.
Dia 27 de agosto celebra-se o dia do psicólogo. Hoje homenageio a categoria de terapeutas, psicólogos e profissionais que são uma grande ajuda com seus conhecimentos, escutas e questionamentos nessa árdua tarefa que temos cada um. Não é louco quem procura um profissional. É sábio e prudente.
Longe e distante, mas perto e atual, o tempo em que Diógenes andava com uma lanterna pelas ruas de Atenas procurando um cidadão honesto. Ou a atualidade permanente da frase “conhece-te a ti mesmo”, uma das máximas inscrita no pronau do Templo de Apolo em Delfos, tantas vezes repetida ainda hoje.
Independente da linha que o profissional sério e preparado utilizar, poderá ser de sumo valor sua contribuição. Obrigado a todos eles.
Comemoramos também neste final de mês, a festa de Santo Agostinho e Santa Mônica, 28 e 27 de agosto. Ela muito sofreu para que seu filho se encontrasse. E ele realmente foi um grande ‘buscador de si’. “Que eu te conheça e eu me conheça”. A procura da verdade que está dentro de cada um era seu norte. “Verdade que está bem mais dentro de nós do que nós mesmos”. No porto romano de Ostia Tiberina, à caminho de África, sua terra, Agostinho e Mônica vivem momento de olhar para si, de graça, de êxtase pela felicidade de se encontrar e “o fruto de tantas lágrimas ter valido a pena”. “Tarde te amei, oh, sabedoria sempre antiga e sempre nova…”. “Na nossa reflexão chegamos até o íntimo de nossas almas” (Confissões). Mônica morre com 56 anos pouco depois e foi sepultada em Ostia. Agostinho retorna para uma nova missão no norte de África.
A tarefa de se procurar nunca termina. Mas, cada etapa é sempre motivo de reforço e de incentivo a continuar buscando e profundando. É uma vitória a ser celebrada. Um passo a mais para a conquista. Amigos, terapeutas, reflexões, leituras… tudo serve nessa peregrinação a procura de si mesmo.
Cantei muito nos meus tempos do Rio de Janeiro, com o Grupo AJA: “Ei você, que está sentado aí, e quer tanto ser feliz. Não procure onde não pode achar, nem pergunte a quem não sabe o que diz…”
Nada de desânimo. Se necessário busque ajuda. Nem sempre é fácil e por vezes parece que se embasa nosso olhar e ficamos confusos e às vezes lacrimosos, mas revigorados. A luz chega aos poucos e a aceitação de si só poderá ser celebrada como um êxito a conservar e cultivar.
Bom trabalho. Boa lanterna, farol, lupa. Sem medo. Faz-se caminho ao andar!
Obs.: Foto destacada
Ostia era o porto de Roma. Hoje ainda conserva grandes edifícios e arqueologia antiga. Fica a uns 30 kms de Roma.
Na desembocadura do rio Tibre, que passou por Roma. Visitei, indo de bicicleta desde Roma com dois amigos.