Ciao junho e festas juninas. Bem-vindo julho!
Por todo Brasil, após pandemia que não acabou, e que muitos relaxaram nos cuidados, celebraram-se muitas festas juninas com os santos mais festejados, Antônio, João e Pedro, cada região do seu jeito e cultura. Algumas estenderam-se para serem julinas.
Julho é também o mês da festa de Maria Madalena. Madalena de prostituta a santa? Nos próximos dias falarei um pouco de Maria Madalena e São Pedro. Ela, uma mulher que é apresentada como tendo um papel interessante e desafiador para sua época. Que também aparece em escritos antigos enfrentando Pedro. (Não procure isto na Bíblia. Outro dia explicarei. Bom, dizem que Pedro tinha seus ciúmes de Madalena, muito amiga e seguidora próxima de Jesus, e que era namorada ou até esposa dele? Sem sustos nem escândalos. Aguarde!)
Pedro, como alguns outros discípulos, era pescador, casado, rude, pouca paciência, mas fiel. Jesus cura a sogra dele. Deois o convida a ser discípulo. Larga tudo e o segue. Jesus lhe pede para confortar, apoiar seus outros discípulos, como pedra da comunidade\igreja. Depois será “pescador de homens”. Há momentos na vida dele que dá uma de valente e decidido, outros também se mostra claramente medroso e indeciso. Negou Jesus 3 vezes, na noite em que o Mestre estava sendo julgado. “Nem conheço esse homem”. Depois, três vezes teve de confirmar a Jesus, que o amava e aceitava como Filho de Deus. Duvidou e se afundou ao andar sobre as águas do Lago de Tiberíades para chegar perto da margem onde Jesus o esperava… O caminho das pedras nem sempre é visto ou fácil.
Foi privilegiado com a liderança recebida e tornou-se pedra firme e defensor dos ensinamentos do Mestre. Preso e condenado em Roma, foi crucificado de cabeça para baixo perto do monte Vaticano. Região essa de Roma para mim muito cara, onde morei vários anos, bem ao lado, atravessando as colunas da Praça e onde também um dia tomei café com o papa São Paulo VI, que me chamou de vizinho e dois anos depois me ordenou de padre. Toda essa região é hoje o Vaticano, com jardins, museus e no centro a grande Praça e basílica de São Pedro.
Perto da entrada desta Basílica há uma estátua de bronze, escura, e já com os pés desgastados, brilhantes. Peregrinos e visitantes passam a mão nos pés dela. Cada um com seu pedido. Sugiro uma visita virtual ao Vaticano como um todo, museus e Capela Sistina . Se um dia for a Roma é claro que será presencial.
A mensagem que fica mais marcante da vida de Pedro para mim: não é um defeito, uma falha, uma queda que nos podem deixar para sempre abatidos, no chão, amargurados e punindo-se sem futuro. Ele teve suas falhas e dúvidas. São Paulo também o enfrentou e ajudou a repensar algumas ideias e práticas. O que importa na sua missão e na caminhada foi o sentido geral que deu à vida; foi a capacidade de se erguer, reconhecer os erros e, com eles superados, recomeçar. Tirar peso desnecessário só nos ajuda a melhor caminhar e avançar. Assumir com responsabilidade a missão confiada é o projeto de vida, sendo útil aos demais.
A São Pedro são atribuídas duas cartas no Novo Testamento. A primeira é como se fosse uma carta onde fala de um lar para quem não tem casa. Para migrantes que vivem dispersos como estrangeiros. Respira alegria, fraternidade e esperança, pois todos devemos fazer parte da “casa de Deus”. Na segunda carta ele incentiva a comunidade dos cristãos a viver e perseverar na esperança.
Esse seja o legado de Pedro para todos. Esperar acima de tudo.
Valeriano