Os preconceitos de idade cruzam-se com aqueles relacionados à sexualidade da mulher.
Aceitamos que homem de qualquer idade transe.
Pode-se ter até preconceito, mas é bem mais leve do que aquele relacionado à mulher mais velha.
Os potencializadores de ereção, as tais pílulas das quais o Viagra é a mais famosa, mostram isso: foram feitas para homens mais velhos (embora, no Brasil, os mais jovens passassem a utilizá-las, o tal “uso recreativo”).
Mas, quando se pensa na sexualidade da mulher, as coisas mudam de figura.
Quando se pensa em mulheres depois dos sessenta, então, a casa cai.
Avó ter desejo sexual?
Deve ter algum problema sério.
Precisa de psiquiatra, pra se acalmar.
Temos de lutar contra esse preconceito, que começa lá atrás, quando as pessoas se referem a mulheres jovens que buscam viver sua sexualidade de modo mais livre, como galinhas ou pxtxs.
Mulheres têm, sim, sua sexualidade — e direito de vivê-la como acharem melhor.
Ninguém deve ser obrigado a nada — seja a transar ou deixar de transar — por causa da opinião de outros.
Enquanto não aceitarmos que todas as pessoas têm direito a viver da forma que acharem melhor, vamos continuar nesse mundo de repressão e de sofrimento.
Vamos mudar isso!
Vera Vaccari
Foto Destaque: Marcus Aurelius no Pexels