Sim. Flutuei. Mas, infelizmente não tive ainda a sorte e a oportunidade de visitar e poder nadar e flutuar no Mar Morto. Pela sua salinidade é fácil nadar e não afundar.
Experimentei agora flutuar dentro de uma grande banheira/tanque/cápsula, não totalmente tampado por causa da agonia que me dava. Água em temperatura gostosa. Início com música relaxante. Depois um bom tempo de silêncio e encerramento com nova música. Hora de voltar à realidade depois da ducha.
Durante a flutuação luzes suaves e coloridas se alternando. Paz. E nada de afundar. Pequenos movimentos me levavam de um lado para outro na cápsula. Precisava relaxar e ao mesmo tempo não cair na ansiedade da pequena claustrofobia, fruto de antiga experiência em gruta de entrada proibida na região de Granada, e renovada agora na leve covid-19.
O jeito que encontrei foi pensar que nadava pelo Mar Morto, contemplando as beiradas, vistas em filmes, indo e vindo. Leve, pequenos movimentos. E as imagens rodando na mente, me levaram longe.
A experiência, presente para o casal da amiga Ferrero, me acordou para um antigo desejo. Quem sabe, um dia se tornará realidade esse flutuar por lá. E não posso demorar muitas décadas. Meu prazo de validade não permite e o Mar Morto está ficando cada vez menor e mais salgado.
Flutuar. O tanque, ou cápsula de flutuação foi inventado em 1954 pelo neurocientista e psicanalista John C. Lilly. Serve como sessão terapêutica. Relaxamento, meditação, isolamento sensorial, gravidade zero. Pausa nas vicissitudes, durezas, traumas, necessidades, angustias de cada um e coletivas no dia-a-dia. Uma necessidade de se recompor. De parar para seguir.
“Leve como o vento, livre como o mar, livre como as aves que estão a voar…”
Avanti. Adelante. Força.