Decidi procurar.
Arregacei as mangas, pesquisei na internet possíveis caminhos, arrebanhei um sobrinho (coitado, nem teve oportunidade de se negar!) e lá fomos os dois pesquisar microfilmes das listas de desembarcados em Santos, por sorte naquele momento disponíveis em uma Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Alto da Lapa.
Dias de olhos ardendo, até que meu sobrinho, emocionado, gritou: Achei!
Ali, a folha com o nome e a data da chegada.
O mais interessante é que, a partir desse primeiro passo, os outros se deram praticamente sozinhos.
Meu pai comentava que meu avô era de Ferrara e minha avó, de Bolonha. Então, não tive dúvidas: escrevi para todos os povoados dessas capitais de província. Mais de uma centena de cartas.
E vai que um amigo me ligou e, por acaso, comentou que estava atirando a cidadania italiana. Encontrou os documentos ao escrever para o Serviço Militar na Itália.
Na hora, mandei mensagem eletrônica, devidamente traduzida pelo Valeriano, e, dias depois, recebi a folha de alistamento de Giocondo Tesini Vaccari.
Da cidadezinha, Crevalcore, na Bolonha, veio a certidão de nascimento, com averbação do casamento.
Descobri também que a nonna era de Rovigo, de uma cidadezinha chamada Canaro.
Foram assim juntados todos os documentos, mas não fui atrás da cidadania.
Depois conto do meu avô materno, que deixei de lado naquela época e de quem tento descobrir dados hoje.
Vera Vaccari