Na noite de pátria à deriva
uma criança Yanomami chora inconsolável na aldeia Heweteu.
Arde nesta hora a Amazônia pelo lucro suicida profanada
e geme a terra ferida de morte pela insensatez humana.
Perdido no labirinto da loucura
o pais se afunda no pântano do medo.
É esta a hora dos perversos!
Prepotentes já não se escondem
e sem pudor assassinam a esperança!
Mas Deus ouve o clamor dos oprimidos
e Ele vem para levantar do pó o povo abandonado.
Humano e frágil ele vem,
divino e simples como um poema de Manoel de Barros
belo, feito menino quilombola alfabetizado no ritmo dos tambores do Rosário
livre e sereno como o olhar já divinizado de Pedro Casaldáliga!
Ele vem para iluminar a noite deste tempo desafiador e fascinante
Nosso tempo!
De novo Ele vem para reacender a brasa que ainda crepita na alma dos humildes.
Os puros de coração verão a Deus!
Este Natal é um canto aos que resistem!
Paulo Gabriel