Envelhescentes de hoje viveram a infância ontem e vão se lembrar do filme Poliana e seu jogo do contente.
O jogo consistia em encontrar, em qualquer situação, por pior que fosse, um motivo para ficar contente.
Mais do que um otimismo, que vem da certeza interna de que se consegue lidar com as situações da vida, por mais difíceis que sejam, parece mais um autoengano pouco saudável.
Com ele, a pessoa aparenta estar sempre feliz, acreditando que vai ser mais amada, mais querida, pelas demais, por nunca mostrar desagrado.Esquece-se de que somos mais felizes quanto mais verdadeiras, mais em contato com nossas emoções e sentimentos.
Enganar a si mesma, num jogo sem fim, pode impedir a busca por esse lugar interno de aceitação e bem-estar.
E, claro, o esforço para mudar aquilo que pode e deve ser mudado.
Vera Vaccari