O Os gregos antigos falavam do amor, assim como nós, mas costumavam dividi-lo em diferentes formas.
Algumas dessas formas são:
— eros, que aproxima as pessoas pelos laços do amor desejo, da paixão
— philia, que enriquece a vida por meio do amor amizade
— storge, que nos enlaça no cálido amor pela família, pelos que nos são próximos
— ágape, que leva ao reconhecimento de que somos parte de uma mesma humanidade e que dependemos da mesma natureza, por muitos chamada de Mãe.
O amor ágape está muito presente no Novo Testamento e (espero!) é bem conhecido pelos que professam o cristianismo.
Estou aqui pensando no amor ágape nestes dias em que o marco territorial está sendo votado no Supremo Tribunal Federal.
O tema é fundamental para a decisão sobre que País desejamos, um em que os valores da vida humana são levados em consideração, ou, ao contrário, um em que o lucro, sustentado na destruição de povos e natureza, é o que importa.
Por isso a votação interessa a todos nós, pois o que está em jogo é não só a sobrevivência de muitos povos indígenas, que podem perder sua terra, mas também a sobrevivência da natureza, que esses povos buscam explorar de modo sustentável.
Cansamos de ver na televisão como garimpeiros e fazendeiros ocupam territórios indígenas, em que a natureza é preservada, destruindo florestas e contaminando rios.
A ciência também nos mostra como a vida na Terra é integrada.
Um exemplo é como os rios da Amazônia afetam as secas no sul do Brasil.
Nem precisamos falar dos males causados pelo mercúrio, jogado nos rios na mineração do ouro. Há poucas décadas acompanhamos o horrível caso de Munamata, no Japão, em que os peixes contaminados, consumidos pela população, levaram a uma enormidade de doenças.
Então, por favor, senhoras envelhescentes, expliquem a suas amigas, vizinhas, familiares o que está em jogo: o que queremos para as futuras gerações.
Vera Vaccari
Foto de Karolina Grabowska no Pexels