Entendo que não gostar e não querer fazer sexo pode ser uma situação difícil quando as pessoas estão em um relacionamento estável.
O companheiro ou companheira pode querer transar – e o relacionamento pode trazer doses difíceis de sofrimento.
Nesse caso, seria preciso buscar um jeito de que as duas pessoas envolvidas se sentissem minimamente satisfeitas, para preservar o relacionamento.
Fácil? Nem sonhar! Mas não impossível.
Mas, ninguém tem de se sentir ser menos do que ninguém porque acha que as pessoas são obrigadas a transar.
Antigamente, dizia-se que a mulher não devia gostar de sexo, para não ser transviada.
Assim, sexo só com o marido, ficando virgem até a noite de núpcias.
Sabemos que as coisas não aconteciam bem assim, mas esse ao menos era o esperado das tais mulheres sérias.
Depois, houve uma inversão.
E passamos a ouvir falar de sexo pra todo lado.
De não poder ter prazer, as mulheres passaram quase a ser obrigadas a ter orgasmos múltiplos.
De não fazer sexo, a estar sempre dispostas e disponíveis.
O que há de comum entre as duas situações?
A ideia de obrigatoriedade. Antes, de não fazer. Depois, de fazer.
A notícia da hora é que a busca é por estar de bem com a gente, com a vida.
Linda, leve e solta, como cantavam As frenéticas.
Ou seja, quem gosta de sexo, fazendo.
Quem não sente falta, não fazendo.
Quem acha que gostaria ainda de fazer, para decidir se gosta ou não, indo atrás.
Afinal, estamos na envelhescência.
Se não for agora, não vai ser mais, certo?
Mas, sempre estando de bem, da mesma forma.
Cada uma afirmando todo dia o que é bom para si mesma.