Ganhei toneladas de crochês da minha mãe, durante aquela fase pela qual muitas de nós, envelhescentes, passamos, de organizar o enxoval.
Tenho pelo menos três ou quatro colchas maravilhosas, além de uma infinidade de toalhas de mesa e toalhinhas de enfeite.
Fora, é claro, uma blusa que mais parece uma renda, que usei em meu casamento.
Tudo feito com amor por minha mãe, que, com meu pai, tinha uma loja de armarinhos e trabalhava o dia todo.
À noite, fazia crochê.
A tonelada estava toda no guarda-roupa, esperando uma destinação.
Ninguém da família queria, pois todas tinham seu quinhão, recebido de suas próprias mães.
Nessas conversas de acaso, um amigo, o fisioterapeuta Décio Zanardi Jr., comentou que a irmã dele tinha visto uma revista francesa que trazia novos usos para os crochês antigos, sem que fosse preciso lavar, engomar e passar…
Uma das ideias era usá-los como barrado de cortina.
Outra, fazer quadros.
A irmã dele me mandou fotos dos quadros que havia mandado fazer. Encantadores.
E disse que, se tivesse espaço, colocaria mais um bufê na sala, com vidro, para expor os crochês restantes.
Um bufê com vidro…
Uma luz acendeu para mim!!!
Eureka, gritou o filósofo grego!
Eureka, gritei eu!
Colchas e toalhas grandes foram guardadas.
Uma toalha média foi colocada como cortina de uma janela.
E as pequenas serviram para forrar a mesa da cozinha.
Usei papel cartaz verde escuro como base, distribuí as toalhinhas escolhidas, como se formassem um mosaico, e cobri com vidro.
O mais difícil foi fotografar.
Adorei o resultado.
Espero que você também goste.