Acho que já comentei aqui.
Aliás, vivo comentando.
Passei por uma cirurgia de quadril.
Já saí do hospital de fralda e com indicação de continuar usando durante o tempo que tomasse diurético.
Fui obrigada a caminhar todos os dias e a fazer fisioterapia desde o primeiro dia.
Mas, levantar a cada 20 ou 30 minutos, pegar o andador e correr a passo de tartaruga até o banheiro… ia levar a situações no mínimo constrangedoras.
Melhor enfrentar a fralda durante um tempo, até que só passasse a usá-la durante a noite.
Uma amiga veio me visitar e, quando me levantei para abraçá-la, ela viu a beirada da fralda acima da cintura do meu pijama.
Surpreendeu-me, erguendo a saia até o quadril e me mostrando a fralda que usava.
Parecia uma calcinha.
Contou que a usava quando precisava sair de casa, devido a situações de incontinência urinária que tratava, por orientação médica, com fisioterapia.
Sempre associei fraldas a pessoas muito mais idosas. Minha mãe passou a usá-las depois dos 90.
Não pensava em fraldas usadas no cotidiano por mulheres com vida social e profissional ativa, como minha amiga.
A gente nem sempre quer reconhecer que tem preconceito.
Esse me caiu na cabeça.
Fralda adulta não como problema, mas como solução, que muitas vezes pode significar qualidade de vida.
Foto: Andrea Piacquadio