Uma população que envelhece sem reconhecer — e sem se preparar

Você é como eu, cansada de ver propagandas de tratamento de peles jovens ou para se ter a pele jovem, roupas para jovens, locais para jovens?

Sabemos que o objetivo da propaganda é vender um produto, um sonho, não a realidade.

Mas a propaganda “jovem” não permite que se perceba o envelhecimento da população, nem que se encontre com facilidade, por exemplo, produtos voltados para as pessoas mais velhas, como roupas e sapatos adequados.

Você sabe como é a pirâmide do envelhecimento?

Essa é a pirâmide do Brasil, no ano de 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), órgão do governo que faz todos os tipos de estatísticas populacionais.

 

Vemos então os bebês na base e as camadas se sobrepondo, levando em consideração as mortes nas diferentes idades, até chegar ao topo, em que estão as pessoas mais velhas da população.

Mas, muitas mudanças aconteceram e continuam a acontecer na sociedade.

Famílias passaram a ter menos filhos, o que diminui a base da torre. Ao mesmo tempo, avanços da medicina e melhoria da qualidade de vida levaram ao aumento da estimativa de vida.

E jovens e adultos também morrem por diferentes causas.

Não sabemos ainda o que vai acontecer com a pirâmide ao final da pandemia de covid.

Mas sabemos que nos últimos anos a pirâmide ficou cada vez mais amassada em algumas faixas etárias.

Nós, que pertencemos às faixas superiores, estamos no maior número de pessoas desde que as pesquisas por idade começaram a ser feitas.

Isso nos dá uma presença maior nas diferentes áreas.

Como todas as pessoas, moramos, vestimos, comemos, usamos transporte, consumimos diferentes produtos, usamos serviços de saúde e educação…

Mas essa nossa presença nem sempre é reconhecida.

Precisamos de espaços e produtos que nos valorizem.

De um transporte que não nos massacre.

De um sistema de saúde que nos atenda.

De uma moda que nos valorize.

De empresas que reconheçam nossa experiência e nos contratem.

De um sistema de aposentadoria que nos permita viver.

E muitas outras coisas.

Em resumo, de uma sociedade que nos considere cidadãs e cidadãos de pleno direito.

E é nosso dever lutar por isso para todas as pessoas.

 

 

 


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