Como pessoas, mães, tias, avós, professoras… as mulheres convivem com o tema da masturbação.
Dizemos que existe liberdade sexual quando vemos novelas, filmes, livros e até mesmo propagandas.
Mas é uma liberdade ilusória, pois a educação sexual, aquela que ajudaria mulheres e homens a viverem a sexualidade de uma forma mais prazenteira, com desejo e orgasmo, sem problemas como enfermidades sexualmente transmissíveis, gravidez não planejada e outros, ainda é um sonho no nosso País.
Isso aparece com clareza no caso da masturbação.
Na nossa sociedade, há quem ainda acredite que
— o sexo é algo feio e sujo e não parte da natureza.
— as crianças são puras e inocentes, que não podem tocar algo sujo, como os genitais;
— as adolescentes podem perder a virgindade na brincadeira.
Junte aqui o que você ouviu sobre isso durante a vida e vai formar um quadro no mínimo assustador.
Mas pode se surpreender, por não ter ouvido nada.
Isso indica que muitas famílias simplesmente agem como se existisse um vazio entre a cintura e as pernas.
Não se proíbe aquilo que não existe, certo?
E assim vamos dando uma educação sexual empobrecedora para as crianças.
Avós se horrorizam quando crianças, em especial as meninas, masturbam-se.
Algumas escolas chegam a ser tão retrógradas que chamam as famílias, como se a criança tivesse cometido um crime horrível, quando ela apenas está se conhecendo e descobrindo o próprio corpo e seus prazeres.
Crianças da mesma idade brincam com os próprios genitais e com os do(da) coleguinha.
Não há nada de feio ou sujo nisso.
Feio e sujo é o pensamento de quem vê nisso algo mais além do que está ali, prenunciando prejuízos morais e punição eterna para um ato que é antes de tudo descoberta.
Pobre geração que vem agora, tão entendida de celulares e computadores, mas tão pouco informada quanto à sexualidade.
Vamos deixar isso assim ou vamos lutar para que as coisas mudem?