Sigmund Freud, o pai da psicanálise, escreveu que, com todos os anos de experiência dele como psicoterapeuta, não tinha conseguido entender o que queriam as mulheres.
Talvez ele, mesmo sendo genial, não tivesse conseguido se colocar no lugar das mulheres que conhecia, para entender seus medos e desejos.
Se vivesse hoje poderíamos sugerir que fizesse uma enquete com mulheres de todas as idades, com uma única pergunta: o que você quer da vida?
Na época dele, mulheres de 60 e mais eram consideradas velhas, no fim da linha, pode ser que ele nem perguntasse a opinião delas.
Mas, hoje, eu pergunto: o que você quer pra você?
Ou você já deixou de querer e apenas vai em frente, cheia de frustrações?
Concordo que é difícil chegar aos 60 sem carregar um trem cheio de dores e sonhos que não se realizaram, situações difíceis, perdas e lutos.
A questão é, apesar de tudo isso, estar de bem com a vida.
Já conversou com pessoas que ficam presas à amargura, a rancores e sofrimentos do passado, que não conseguem deixar para trás?
O problema não é recordar, pois muitos dos momentos difíceis ficam como que marcados na nossa mente.
O problema é justamente nos agarrarmos a esses pensamentos, como se estivéssemos atoladas naquilo que já passou, como quando o pé afunda na lama e precisamos de ajuda para sair do lugar.
Às vezes, conversar com amigas pode ajudar. Outras, uma psicoterapia pode ser o caminho.
Ninguém esquece o passado em um passe de mágica. Mas podemos aprender a olhar para ele com outros olhos, como a crisálida que passa pelo sofrimento de sair do casulo e, transformada em borboleta, pode voar.
Você, assim como eu, quer voar?
Ou prefere ficar presa a dores e reclamações, como se tivesse afundado o pé na lama?