Uma história que vem da antiga Grécia fala sobre a esperança.
Uma moça, chamada Pandora, recebeu de presente dos deuses uma caixa, com a orientação de que nunca deveria abri-la.
Mas, curiosa que só ela, Pandora não aguentou a vontade de dar só uma espiadinha.
Abriu a caixa.
Todos os males que afligem a humanidade, ali guardados, viram-se livres e se espalharam pelo mundo.
Pandora, assustada, fechou a caixa.
E só conseguiu guardar a esperança.
Uns explicam que a esperança ficou fechada na caixa. Ou seja, não há saídas para os sofrimentos humanos.
Outros, que a esperança trancada dá forças aos seres humanos para enfrentar as dificuldades da vida.
Gosto mais desta segunda forma de falar da Caixa de Pandora.
No ano de 2020, surgiu uma situação nunca antes imaginada.
No início, parecia filme de ficção científica. Um vírus desconhecido espalhava-se pelo mundo, causando uma doença muitas vezes mortal.
De uma hora para outra, passamos a usar máscaras, a nos afastar das pessoas que não moravam na mesma casa, a evitar apertar mãos e abraçar.
Quem pode passou a trabalhar em casa.
Escolas fecharam. Comércio sofreu restrições. Pessoas perderam seus empregos.
Surgiu enfim a possibilidade de vacinas para conter a pandemia e dominar esse vírus.
Uma grande crise sanitária e econômica foi desencadeada e o governo de nosso País mostrou-se despreparado e inerte diante da situação.
A esperança de dias melhores para todos, em 2021, não se concretizou. Os primeiros meses de 2021 trouxeram mais infecções e mortes.
Ela só vai se concretizar se, além da vacina, os efeitos da crise forem pelo menos minimizados, se não for possível contê-los.
E a concretização se dá na solidariedade.
Ou seja, na mão que se estende para dar apoio, de qualquer tipo, a quem já está perdendo as forças.