Muitas mulheres da minha geração sonharam em casar e ter filhos.
Outras, em ter independência, ganhar o próprio dinheiro, morar sozinhas ou dividir espaço com amigas.
A imaginação voava.
Sem família para ditar regras,
sem horários estabelecidos, a não ser por questão de trabalho e estudo,
sem obrigação de agir de uma determinada forma.
Hoje, filhos(as) e netos(as) dessa geração que clamava por independência parecem seguir o caminho oposto.
Psicoterapeutas e sociólogos(as) falam até mesmo em uma adolescência estendida: em vez de durar dos 12 aos 18 anos, hoje ela iria além dos 30 anos de idade.
Há muitas razões para que isso aconteça.
Há aquelas decorrentes do mercado de trabalho, dentre elas:
— não há trabalho remunerado em número suficiente. Então, quanto mais tempo os jovens ficarem em casa, se preparando, menos o mercado de trabalho é pressionado e menos os governos têm de agir na geração de empregos.
— os salários estão mais baixos a cada ano, o que significa que é difícil para jovens se sustentarem sozinhos, o que os mantêm na casa dos pais.
Nas famílias, a situação se manifesta
— no tratamento protetor de pais/mães com relação a crianças, adolescentes e jovens, que não são responsabilizados pelas próprias ações;
— nos cuidados que esse pessoal recebe em casa;
— na falta de cobrança com relação a horários e outras questões…
Pais e mães têm de agir, começando a cobrar dessa moçada que participe do trabalho doméstico, fazendo sua parte (ATENÇÃO! NÃO É AJUDA, É CUMPRIR COM DEVER), e colabore financeiramente para as despesas da casa.
Talvez assim muitos se disponham a sair em busca de sua própria vida.
Fonte: Google Imagens